Ela enamorou-se do rei
Apaixonada, espalhava seu fulgor
Enchendo de luz e cor as noites belas
Ele nem notou, orgulhoso e distraído
Imerso e ofuscado por seu próprio brilho intenso
Ela, triste, encolheu-se
Aos poucos apagou-se
Escondeu-se humilde a ponto de quase desaparecer
Foi quando ele percebeu a falta dela
Seu espetáculo, sem ela, não era assim tão doce
Ao seu intenso brilho encantador
Faltava o contraponto de luz suave dela
Procurou-a, ansioso explodindo em calor
Ela, que chorava na penumbra,
Vazando os mares em baixas marés
Ao ouvi-lo chamar voltou a sorrir
E em sua alegria surgiu poderosa,
Em branco clarão de encantamento e amor.

Cantemos a eles, à Lua apaixonada,
Neste momento sublime
De entrega total aos raios do Sol
Cantemos à paixão que os une, embora sempre distantes.
Que ela nos inspire em nossos próprios romances.
Cantemos agora, ligeiro, depressa
Que o sol é vaidoso e dela em breve se esquece
E esse amor de fases ao ciclo torna
A rainha se esconde, nos deixa no breu.