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A Jangada Voltou Só
Dezesseis de agosto de 2008, morre Caymmi. A Bahia chora. O Rio chora. O Brasil chora a morte do maior cantador do mar. Legou à Música Brasileira mais de uma centena de composições, além dos três filhos, também cantores: Dori, Nanna e Danilo. Dentre suas músicas, que ele entoava com voz grave, eram temas recorrentes os pescadores, os negros, a mulher brasileira, a fé e a Bahia. Caymmi também foi pintor.
Nascidou em 1914, era taurino de trinta de abril, aprendeu música em casa com o pais, músicos amadores e sua primeira música, "No Sertão", foi composta em 1930 quando Dorival tinha apenas dezessete anos. Sua carreira iniciava-se. Aos vinte anos cantava e tocava violão num programa da Rádio Clube da Bahia e, apenas um ano depois, já apresentava seu próprio programa: Caymmi e Suas Canções. Pegando o Ita no Norte, Caymmi desembarca no Rio de Janeiro em 1938 onde consegue um emprego como jornalista no Diários Associados e, dois meses depois estreou na Rádio Tupi onde passou a se apresentar duas vezes por semana. Nessa época, compôs "O Que É Que a Baiana Tem", música que lançou Carmen Miranda em Hollywood.
Dorival era casado com a também cantora Stella Maris, por quem sempre se disse apaixonado.
Assunto recorrente na música de Caymmi, a lua, cheia, branca e linda, nos dá um inesquecível espetáculo em sua despedida. Fulgurosa, brilha no céu, enchendo a noite de brilho, mas lastimosa por um momento, ao lembrar-se do Algodão, esconde-se por instantes, num eclipse.

" Tudo recorda uma vida feliz que eu vivi
Ai adeus, ai adeus,
Palavra triste que recorda uma ilusão"
Adeus - Dorival Caymmi


Nena Medeiros
Enviado por Nena Medeiros em 16/08/2008
Alterado em 25/05/2010


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